sábado, 23 de maio de 2009

Janelas abertas

Durmo com as janelas abertas para ouvir o som e a brisa do imenso.
Não sei por onde entraste pois tens a chave da porta azul. Só sei que suavemente te aproximaste, levantaste o lençol que me cobria, te despiste e te abraçaste a mim.
Estremunhado, acordei com o teu cheiro, com o teu toque ao de leve e sorri. Beijando-me disseste, adoro o calor do teu corpo, estás sempre tão quetinho...
Sem uma palavra, fizémos amor, no silêncio, com as ondas ao fundo, na cama que range sempre num lamento contínuo ao qual somos indiferentes. Quando nos amamos, quando os nossos corpos se fundem ao ritmo de um tango quente, ao sabor do suor que gota a gota se desprende de cada poro, nada à nossa volta existe.
A casa na praia que construí para nós é um barco nas vagas ao sabor do prazer.
Quando, em plena excitação, corados, ofegantes, trémulos do esforço e do sentimento, atingimos em simultâneano, como acontece invariavelmente, o orgasmo, os sorrisos desprendem-se e naquela pausa que ambos fazemos, de corpos rígidos e gotas de suor a pingar no rosto, a perfeição aproxima-se de nós, o eterno parece possível e sei que sinto e que sou teu.
A brisa está mais forte.
A madrugada anuncia-se e só ela sabe como o meu sorriso se rasga por ti, noite após noite, dia após dia...

3 comentários:

Lois disse...

E só ela sabe a sorte que tem de ter quem se sinta assim ao seu lado.Gostei.

Menino do mar disse...

Lois:
As mãos tremem ao reler e recordar o sonho... ela é, de facto, única...
Beijo e bem vinda.

Daisy Maria disse...

de certeza que ambos têm muita sorte por se ter um ao outro :) amores assim não há muitos, há que aproveitar.