quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dança no espaço

Danço no espaço
Que vai de mim ao teu regaço
E nesta dança embalada
Sinto que sou tudo
Que sou nada
Apenas uma estrada ladeada de pinheiros
Sobreiros
E outros seres serenos
A quem não importa o tempo
Que vai dos meus beijos ao teu abraço.

Neste baile solitário
Sem música, sem baladas ou sorrisos envergonhados,
Sou corsário neste barco desgovernado
Que sulca ondas que são dias
E tempestades que são meses
E sou, por vezes, a minha verdadeira tormenta
Porque quem grita aos quatro ventos que tudo aguenta,
É quase sempre quem mais chora em silêncio.

A noite está a findar
E o sol espreita a medo por entre as frestas da janela mal fechada.
Estico os braços
e sinto as minhas mãos vazias sem o teu corpo adormecido para tocar.
O maior medo nunca é partir, é ter sempre de ficar.