quinta-feira, 30 de julho de 2009

The truth and only the truth


Um dos blogs que mais gosto de ler, o da PADDY, tinha um post com um desafio diferente e muito muito engraçado, portanto, aqui vai:

A cena é muito simples e consiste em vocês fazerem-me perguntas sobre o que quiserem. Perguntas essas a que eu tenho que responder, com a verdade, claro.

Vá, lambuzem-se à vontade e dêem largas a vossa curiosidade!!!

(Se preferirem podem perguntar em anónimo)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A música - Angel Song



This is me with another nervous breakdown
My pressure dropped, this body went with it
Memory fails, I'm feeling claustrophobic
I scream my silent pain in this big plain
There's no one here
Tell me who is there now
Who is there with you

I'm taking no calls unless it's her voice
I'm seeing no one unless it's her
I open the mailbox every hour
Maybe I'll hit the postman
I want to hear some love words
But not it that dyslexic voice
No I won't tear apart for you
But I was given no choice

I guess I was trying to keep me alive
But once I was dead there was nothing to do beside
Picking me up and lying me down
Waiting for some angel
To wake me and say to me
"Hello. Don't be scared. I want you to know, you're not dead."

Kiss me, is this a dream?
Should I believe it?
Please promise to me that I'm not going to get hurt this time.

Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I clinical or should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all of the feelings
to raise
from
you.

Am I real? Are you real? Is this real? What's real?
Am I real? Are you real? Is this real?

Tell me, what's real?

domingo, 26 de julho de 2009

De volta...



Arredado da blogosfera, entre trabalho, praia e pensamentos, regresso, espero eu, com mais força... O meu moleskine (imitação barata!) está a fervilhar de textos, alguns passarei para aqui, mas para já, este é apenas um post de regresso, voltei ao meu porto, depois da tempestade em alto mar...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Lugares de uma mente perdida...

Procuro-me nos cantos desta casa imensa, não de tamanho mas de recordações. Pouco sou e pouco sei do que fui outrora. Os olhares já não se cruzam e os sorrisos já não crescem com as horas das noites em que tu e eu nos sentíamos imortais, abençoados pela lua e por todas as estrelas cadentes que o universo punha ao nosso dipôr.
Disseste-me uma vez que eu despertava o anjo que havia em ti. Eu não te respondi, como nunca respondia aos teus elogios. Não acreditava neles. Ou melhor, não queria acreditar.
Sempre fora desprezado pelos sentimentos e, encontrar-te, não fazia, de todo, parte dos meus planos, mas a verdade é que me bateste à porta, vinda daquela onda que todos os dias de manhã me acordava. Eu abracei-te e deixei-te ficar, sem dar conta que era a mim que também estava a deixar ficar. Era a mim que estava a dar uma oportunidade de ser feliz.
Passávamos tanto tempo em silêncio... e nunca parecia demais, nunca nos sentíamos constrangidos.
Falávamos nos olhares que, testemunhados pelas conchas e seixos que decoravam as paredes, nos faziam querer ficar e ficar e ficar.
Foi o tempo em tudo me sabia melhor. Até a comida tinha outro sabor. Os aromas eram mais intensos e as brisas do final do dia entravam com maior prazer na sala, fazendo balançar a cama de rede.
Foram os dias, os nossos dias. Os dias em que vivemos, os dias em que crescemos e nos tornámos um só, um dia em que achámos que tudo era infinito, até o amor.
Só que um dia, um dia que nasceu simples e banal como todos os outros, alguém bateu à porta....

terça-feira, 14 de julho de 2009

Desafio


Um desafio para todas vós, de que filme é esta imagem?
Quando descobrirem, um segundo desafio, o que significa este filme para vós? Como vos toca? O que vos faz sentir?

Para mim, é um mundo, mas isso sou eu, um eterno apaixonado pelas relações humanas.

domingo, 12 de julho de 2009

Henri Cartier-Bresson


Henri Cartier-Bresson (22 de agosto de 1908, Chanteloup-en-Brie, Seine-et-Marne, França — 2 de agosto de 2004, Cereste, Vaucluse, França) foi um dos mais importantes fotógrafos do século XX, considerado por muitos como o pai do fotojornalismo.

Cartier-Bresson era filho de pais de uma classe média (família de industriais têxteis), relativamente abastada. Quando criança, ganhou uma câmera fotográfica Box Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Sua obsessão pelas imagens levou-o a testar uma câmera de filme 35mm. Além disto, Bresson também pintava e foi para Paris estudar artes em um estúdio.

Em 1931, aos 22 anos, Cartier-Bresson viajou à África, onde passou um ano como caçador. Porém, uma doença tropical obrigou-o a retornar à França. Foi neste período, durante uma viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo.

Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, Bresson serviu o exército francês. Durante a invasão alemã, Bresson foi capturado e levado para um campo de prisioneiros de guerra. Tentou por duas vezes escapar e somente na terceira obteve sucesso. Juntou-se à Resistência Francesa na sua guerrilha pela liberdade.

Quando a paz se restabeleceu, Cartier-Bresson, em 1947, fundou a agência fotográfica Magnum junto com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour "Chim". Começou também o período de desenvolvimento sofisticado de seu trabalho.

Revistas como a Life, Vogue e Harper's Bazaar contrataram-no para viajar o mundo e registar imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos da América, da Índia à China, Bresson dava o seu ponto de vista especialíssimo.

Tornou-se também o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e os eunucos imperiais chineses, logo após a Revolução Cultural.

Na década de 1950, vários livros com seus trabalhos foram lançados, sendo o mais importante deles "Images à la Sauvette", publicado em inglês sob o título "The Decisive Moment" (1952). Em 1960, uma megaexposição com quatrocentos trabalhos rodou os Estados Unidos em uma homenagem ao nome forte da fotografia.


E esta é a minha pequena homenagem ao homem, de quem já tive o prazer de ver várias exposições e que tinha a arte de captar vida na sua Leica.

sábado, 11 de julho de 2009

Barco de papel

Peguei numa folha branca.
Dobrei ao meio e voltei a dobrar
mas desta vez, só para vincar.
Das pontas puxei para o meio,
criando dois triângulos perfeitos.
Puxei as abas e fiz um chapéu,
mas ao abrir, a forma perdeu.
Tinha agora um quadrado suspeito e,
não satisfeito, voltei a dobrar.
O último triângulo, agora sem par,
abriu as asas e pôs-se a voar.
Na volta final,
criei o que queria,
um barco sem vela mas com muita magia.
Não era chapéu,
não era avião,
era o transporte para o teu coração.
De uma folha vazia,
sem rumos, sem metas,
saltitei nas estrelas, persegui cometas,
peguei no meu barco e velejei para ti.

Os olhos são como flores

Os olhos são como flores e
o corpo maduro de mulher,
pronto a colher
num canteiro de todas as cores.

Doce carícia teus lábios,
mel silvestre,
frutos vermelhos de um bosque a leste,
castelo altivo de ameias e torres
vestido.

Quando te despes meu olhar estremece
e as mãos que desprendo
são faróis, são cantores,
da saudade que partiu, das vidas, dos amores.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O homem anjo

A noite não lhe trazia já a paz que tanto desejava. Algo naquele azul fora perturbado e, não sabendo bem o quê, nem como, o certo era que nem o fresco já lhe sabia ao mesmo.
A sua alma não se desprendia nem viajava já para onde se sentia realmente desejada, limitava-se a ficar, tal como o corpo, naquela cama de energia podre como um vale em que já nada cresce.
Os dias, que antes passava a correr na espera pelo escuro que o envolvesse, tinham-se tornado agora, apenas um prelúdio de mais sofrimento.
Nem o sol, nem a lua o queriam. Chegara o momento de abrir os olhos.
Sem ter para onde se virar, sem refúgio ou porto de abrigo, subiu ao monte mais alto, sobranceiro ao mar mais profundo, abriu os braço e sentiu-se um anjo. O vento sussurrava-lhe ao ouvido, tu és capaz...
Recuou sem medo. Encheu o peito de ar, tomou balanço e começou a correr, convicto que o Céu estava a segundos, a liberdade ao alcance da mão.
Mesmo a chegar à beira do precipício, esticou-se o mais que podia e sentiu as pontas dos dedos tocar o infinito.
Quando o chão lhe fugiu debaixo dos pés, abriu um sorriso, levantou o queixo, fechou os olhos e sentiu-se a pairar. Os braços cobriram-se de penas e o cabelo ondulou ao vento como as ondas do mar lá em baixo.
Cruzou o azul do céu. Reflectiu-se no azul do mar. Foi pássaro, foi anjo, foi homem livre e fez sombra ao sol.
Nos dias de Verão, quando todos afastam o olhar, encandeados pelas luz forte, ele abraça as nuvens e, se soubermos ser livres no sentir, também nós, eu, tu, o podemos ver, o homem que não temeu ser anjo.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uma nova etapa

Queridos e queridas leitoras. Não este não é um post de despedida. É um post de aviso e um pedido muito sentido.
O meu blog, que acredito que sigam com o mesmo carinho com que vos leio, vai passar a ser privado. Como tal, e para quem não sabe como isto se processa, é necessário um convite da minha parte para um vosso email, que conterá um link para que se registem e assim acedam sem qualquer dificuldade.
Para isso peço-vos que me enviem um mail para:

umacasanapraia@gmail.com

para me ser mais fácil fazer os convites, caso estejam interessados em continuar a ler.me, claro.

Obrigado a todos pela compreensão, aguardo os vossos contactos. A partir de sexta feira o acesso estará restrito.
Infelizmente esta é uma atitude necessária nesta nova etapa, da minha vida e, consequentemente, do blog também.

domingo, 5 de julho de 2009

Chove...

Chove...

Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove...

Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.

José Gomes Ferreira

sábado, 4 de julho de 2009

Uma tarde no hospital

Depois de três dias a penar, numa atitude de macho que não precisa de ir ao médico, lá decidi dirigir-me às urgências do Hospital de Faro.
Começa logo bem a chegada ao arrumarem-me com 9.40€ de taxa moderadora por modo das moscas. Ao que eu pensei imediatamente, pra onde irão os 150 euros que me tiram mensalmente do ordenado para a segurança social, não seria suposto cobrirem isso? Bem, eu sei que não sou moço habituado a estas lides de hospitais, e portanto foi um bocado chocante para mim. Mas é que pelo seguro de saúde da empresa, um pouco mais e vou a privado. Enfim...
Passo então à triagem onde sou atendido por um enfermeiro que mais me parecia um taberneiro e que falava com o colega olhando fixamente para mim (o colega estava ao lado dele). Ora o senhor, ao ouvir-me queixar de dores no corpo, febre, dor de cabeça e dificuldade em engolir, achou por bem dizer-me:

- O otorrino só volta as 15h!

Perante a estupefacção, repete,

- Ouviu senhor? Só a partir das três...

(E eu, what the fuck?, mas para que quero eu um otorrino?)

- Por acaso não pode ser clínica geral? É que não me parece que seja caso para um especialista!
- Quer geral? Tudo bem, você é que sabe!

Ao que eu pensei ya!!!!!
Bem, espetou-me com uma pulseira verde e pronto! (Isto após o meu ouvido ter sido sodomizado pelo colega, que não parecia um taberneiro, mas um apanhador de conquilhas, para tirar a febre)

Passo à sala de espera após a triagem. Entre um friso de velhas que viam um filme do Jackie Chan, duas ciganas de braço ao peito, um puto que tinha levado um selo na tromba e dois ou três de vista vendada, lá encontrei uma cadeira para me sentar e esperar.
A espera até corria mais ou menos, embora os de pulseira amarela me passassem todos à frente. (Deviam ver uma das ciganas, toda de preto, com a pulseira num amarelo quase fluorescente, ficava um must!!)
Eis que surge alguém à porta, olha para um senhor ao meu lado, que tinha pulseira laranja, e pergunta, então, tá tudo bem? Oh my god pensei, claro, o homem estava ali porque lhe apetecia. Engano meu! Pois a resposta foi um convincente, sim! Tudo bem e contigo? Pensei sinceramente, que depois disso, nada de mais estranho podia acontecer.
Mais uma vez, estava enganado.
De tabuleiro na mão, vinda de uma cantina qualquer, eis que surge uma senhora, com um índice de massa corporal de rebentar a escala. Melhor, a mini saia, de saia não tinha nada, era só mesmo mini! Senta-se precisamente à minha frente, um pouco distante mas mesmo na minha direcção. Entre sorver a sopa, mastigar o pão de boca aberta, acho que vi de tudo naqueles minutos. Para concluir pega na bela da malga, mete à boca e vá, mais uma sorvidela!! Impressionante.... mas... e há sempre um mas... o pior estava para vir, quando a bela criatura, para se elevantar, abre as duas pernas de tamanho colossal, que dariam na boa para cinco ou seis pessoas, deixando ver, algo que me recusei ver pois desviei o olhar tipo relâmpago (acho que vou ter pesadelos esta noite!)
Pouco tempo tive para me recompor. Já sem amarelinhos na sala, chamam-me a mim. Um médico com cara de poucos amigos mas que se revelou bastante profissional. A parte onde fui realmente consultado não vou comentar, pois é demasiado triste e deprimente ver o interior de um hospital que serve todo o sotavento algarvio, milhares e milhares de pessoas. Valham-nos os profissionais que por ele se movem. (Excepto o taberneiro e o apanhador de conquilhas, na minha óptica, claro).

Diagnóstico, amigdalite aguda. Tratamento, muitos líquidos e uns drunfos que ele para ali me mandou comprar.

E assim foi a minha tarde, passada num hospital e que, no meio de tanta brincadeira, digo que gostei muito de ver, uma velhota que esperava o marido que estava a ser consultado e que, ao chegar ao pé dela, lhe deu um beijo na boca... Acho que há amores assim, que duram toda uma vida...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sentir Florbela

foto: lua sobre o mar


Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!

Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!

E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisa-as toda a gente!...


Florbela Espanca