domingo, 20 de março de 2011

Guerra


Sou contra todas as formas de guerra. Não acredito em motivos justificáveis para se invadir um país, seja ele qual for e há muito que deixei de acreditar nestes auto-denominados polícias do mundo, como a ONU, NATO ou aliados pontuais que só se movem por interesses económicos e políticos.
Nunca se conseguirá travar a guerra, o totalitarismo, a morte, com as mesmas armas que ela usa. Violência só tem um poder criador, o de mais violência.
Portanto, não me venham com argumentos de que Khadafi é um ditador que mata o próprio povo, ou que é um foco de instabilidade para a região. Quantos ditadores há neste mundo que não interessam minimamente aos polícias do mundo? E porquê? O motivo é sempre o mesmo, o interesse económico. O vil metal que faz mover o mundo, na minha opinião, em direcção ao abismo.
Enquanto não evoluirmos enquanto seres humanos, enquanto não deixarmos de viver a cobiçar ter sempre mais, enquanto não soubermos ser melhores que isto, haverá sempre Kadhafi's por este mundo fora e a morte, as desigualdades e as tragédias farão sempre parte do nosso dia a dia.

domingo, 13 de março de 2011

Palavras soltas


Recordo o chão que fixava avidamente por ter medo de olhar em frente. O sol ofuscava-me e, não poucas vezes, a estrada, por muito recta que fosse, assemelhava-se a um labirinto enigmático.
Não tinha grandes pretensões de um dia vir a ser grande. Ou talvez as tivesse, só não ousava aceitá-las.
Por insegurança ou apenas por pura cobardia, acho que me acomodei a aceitar o que quer que a maré trouxesse. Nunca me predispus a navegar, nunca ousei procurar o que poderia existir para lá do horizonte. Nunca. Ou melhor, durante muito tempo assim foi.
Olhava para mim e achava-me adulto. Um ser maduro. Que já tinha passado por muito e, que admito, olhava com uma certa desfaçatez para os mais velhos. "São mais velhos mas eu já vivi muito, já vi muito, e sei tanto ou mais que eles", pensava eu na minha inconsciente ignorância.
Hoje estou eu mais velho e, embora me sinta muito jovem, nunca tive tanta consciência de que sei muito pouco. Nunca percebi tão bem que podemos ver, estudar, ler, analisar, mas só percebemos realmente algo quando o vivemos, quando o sentimos na pele, porque simplesmente há coisas que não se explicam e que variam tanto de pessoa para pessoa que dissecá-las num livro, numa conversa ou até numa palestra, seria apenas criar uma ilusão para alimentar almas ávidas de conhecimento mas com muito preguiça de aceitar que para se viver verdadeiramente, para se sentir verdadeiramente, é necessário tempo.
Hoje, tudo tem que ser rápido. E contra mim falo. Muitas vezes, mesmo ciente desta realidade, desejo tudo para ontem. Deixo que esta onda global de fast living me inunde e me impeça de ser aquele ser que profundamente desejo ser.
Acredito mais em mim hoje, que sei que muito pouco sei, do que na altura em que achava ser muito mais do que aquilo que era. É verdade. A consciência da minha vasta ignorância tornou-me uma pessoa mais confiante, mais tolerante, mais generosa.
Gosto muito mais desta pessoa em que me vejo hoje do que aquela em que me via no passado e consciente da minha falibilidade enquanto ser humano espero no fim da vida poder olhar para trás e ver os degraus que subi, um a um e olhar em frente e ver que outros tantos ficaram por subir.

terça-feira, 8 de março de 2011

Geração à rasca


Não podemos continuar de costas voltadas para a realidade.
Chegou a hora de fazermos algo sem ser ao reboque dos partidos e/ou associações.
Porque merecemos um país melhor, um mundo melhor, eu vou lá estar, em Lx a defender aquilo em que acredito.

Protesto Geração à Rasca
(clicar)

sexta-feira, 4 de março de 2011

A minha casa


A minha casa é bela porque tem janelas para o mar
e para as ruas de pessoas apressadas,
e deixa entrar o sol como um amigo que não vemos há anos.

A minha casa é bela e tem alma,
é um castelo numa ilha isolada,
imponente sobre a tempestade.
A minha casa é bela e faz-me imortal,
dá-me as asas do tempo para eu aprender a navegar.