Ainda era bem cedo quado abri as janelas de par em par. O vento em brisa entrou, rodopiou sobre mim e percorreu todas as divisões da casa como se a conhecesse há muito. Todos os fins de semana sinto esta ânsia em o deixar entrar, esta vontade que ele me traga algo de novo, algo que só ele tem para me contar. Todos os sábados de manhã o recebo e todos ele dança comigo em silêncio. Nessa dança dá-me as certezas dos dias em que não tenho as palavras. As vozes são movimento e sinto a mesma certeza, nesta ausência forçada, que sinto nos dias em que não estou só.
Há uma solidão latente a estes dias soalheiros em que chove dentro de mim.
A saudade carregada na brisa fica quando ele parte, e faz-me companhia. Ela sim fala comigo. Fala-me do que já passou. Fala-me de outra realidade, que não a minha, de outro lugar que não esta praia de casa plantada sobre a areia.
Etéreo como sou quase me esquecia das margaridas. Plantei-as a semana passada e precisam de ser regadas. Precisam de carinho, precisam de amor. As flores são como as pessoas, como as relações, têm que ser alimentadas e ser-lhes dada atenção senão sucubem à primeira brisa mais forte.
Hoje, não queria regá-las sozinho. Não queria esta solidão. Não queria esta multidão que invade o areal e ainda me faz sentir mais só. Talvez vá comer um gelado, ou uma bola de berlim, ou até beber algo fresco à beirinha, na rebentação. Talvez olhe para trás e te veja, ou talvez a porta da casa, azul marinho, esteja como sempre está, só, num tom cada vez mais azul solidão.
Há uma solidão latente a estes dias soalheiros em que chove dentro de mim.
A saudade carregada na brisa fica quando ele parte, e faz-me companhia. Ela sim fala comigo. Fala-me do que já passou. Fala-me de outra realidade, que não a minha, de outro lugar que não esta praia de casa plantada sobre a areia.
Etéreo como sou quase me esquecia das margaridas. Plantei-as a semana passada e precisam de ser regadas. Precisam de carinho, precisam de amor. As flores são como as pessoas, como as relações, têm que ser alimentadas e ser-lhes dada atenção senão sucubem à primeira brisa mais forte.
Hoje, não queria regá-las sozinho. Não queria esta solidão. Não queria esta multidão que invade o areal e ainda me faz sentir mais só. Talvez vá comer um gelado, ou uma bola de berlim, ou até beber algo fresco à beirinha, na rebentação. Talvez olhe para trás e te veja, ou talvez a porta da casa, azul marinho, esteja como sempre está, só, num tom cada vez mais azul solidão.
9 comentários:
A minha avó ainda hoje me diz que as amizades - e as relações em geral - são como as flores, precisam de ser regadas e cuidadas. So true but...
Bom fim de semana
As flores e as relações têm de ser acarinhadas, nutridas, trabalhadas. Não devesm ser abandonadas ao seu destino, ignoradas.
E é tão bom dançar... Até mesmo com uma brisa suave da manhã.
;)
Anna:
E há flores e flores :)
Story:
Mas há quem costume abandonar flores? ;)
Há! Há quem deixe ao abandono o jardim que plantou...
"...Talvez olhe para trás e te veja, ou talvez a porta da casa, azul marinho, esteja como sempre está, só, num tom cada vez mais azul solidão"
posso deixar-te um abraço apertadinho? identifico-me com muitas das tuas palavras...com os teus sentimentos...
Boa Noite*
Story:
Isso são jardineiros de meia tigela, não têm mãos para flores :)
Christiana:
:) um abraço não se recusa, mesmo que seja virtual :)
Gostei... não, Adorei.
A forma como escreves, sentes, partilhas... o caos da solidão.
Obrigada por, por momentos, também teres estado dentro da minha mente.
Cada pedacinho me faz gostar mais e mais da tua casa...
Beijinho,
Em poucas palavras... BONITO!
Gostei do blogue;)
boa semana
bj
Postar um comentário