domingo, 31 de maio de 2009
Movie afternoon
O filme surge premonitório na programação. Embora não seja novo, nunca tinha visto, aliás, ainda estou a ver. Dois destinos, originalmente The family man, com Nicholas Cage e Tea Leoni.
A história não tem nada de especial, mas tocou-me de uma forma inesperada.
Tudo gira em volta de um homem que tem tudo que materialmente podia desejar, e a quem é dada a oportunidade de viver como seria a sua vida se tivesse optado pelo amor e não pela profissão.
Para saberem mais, cliquem aqui Filme que emocionou o menino.
Isto tudo para dizer que hoje, mais que nunca estou a pensar na importância das decisões que tomamos...
Desassossego
1. Inquietação.
Entro no mar forte em que as ondas revoltas me abraçam e, nesse abraço eterno, deixo-me ir, entre correntes e vontades até onde ele me quer levar.
Atravesso o mar numa braçada e sem que me sinta humano, estou omnipresentemente em toda a imensidão que nos separa.
No mar alto olho-te e envolvo-te.
No deserto de sal, de ondas e de céu, espero por ti na jangada que me surge do nada.
Tenho um mim um mundo que se revela no desassossego.
Tenho em mim a tinta que regará de letras as páginas de uma história ainda por contar.
Tenho em mim o desejo.
Tenho em mim a vontade.
Tenho tudo por não ter nada.
Tenho o sol, tenho o dia que tarda em chegar.
sábado, 30 de maio de 2009
sem...
Tenho-te...
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Esperas e demoras
O ar é pesado quando o semblante se carrega com as tristezas do passado, as certezas do presente e as dúvidas do futuro. Torna-se irrespirável, denso, quase que se mastiga. Atrapalha os movimentos como um denso bosque com musgos trepadeiras e matos desordenados à passagem.
Sinto-me mal nesta viagem. Sinto-me mal neste vida. Sinto-me só neste espelho.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Tenho...
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Katie Melua em Portugal
terça-feira, 26 de maio de 2009
Estrela
No meu peito há um rio que corre
que desagua num mar sem estreito,
num vasto oceano,
em dois braços,
num postigo,
aberto de par em par.
No meu céu que se deita,
no peito da estrela,
há um mundo de cometas,
um olhar que se deita,
no imenso bater do universo.
No meu de mim para ti,
nas minhas noites sem fim,
há uns dedos que te procuram,
nesta cama, neste leito,
neste doce tormento,
neste momento que roça o perfeito...
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Sad Eyes
Dizem que tenho uma alma bonita, mas triste.
Dizem que o sorriso ilumina, mas termina breve e é triste.
Dizem que o verde chama a atenção, que é belo, mas é triste.
Porque são tristes?
Olhos, porque teimam é espelhar-me?
domingo, 24 de maio de 2009
Se a minha cama voasse
levava pelos céus os meus sonhos
e ia bater à tua porta,
esperando que me recebesses.
Se a minha vida gostasse
de riscar na areia o compasso
da sinfonia, do espaço
que vai do meu ao teu olhar.
Se o meu medo calasse
e os sorrisos das flores dos jardins,
fossem os desejo, segredos e afins,
que se reflectem à noite no mar.
Se os amores perfeitos
fossem mais que canteiros,
que levam a vista de quem ama,
e as aves no céu fossem a certeza
que de noite na minha cama
só há um espaço do tamanho de mim,
que se escreve nos desejos, nos braços,
que se encaixa na perfeição em ti.
Se tudo isto eu pudesse fazer,
se toda tu pudesse querer,
na certeza do que sinto,
percorreria o infinito
para me perder na tua pele.
The very thought of you...
The very thought of you
I forget to do
Those little ordinary things
That everyone ought to do
Im livin in a kind of a daydream
Im happy as a queen
And foolish though it may seem
To me thats everything
The mere idea of you
The longing here for you
You'll never know
How slow the moments go
Till Im near to you
I see your face in every flower
Your eyes in stars above
Its just the thought of you,
The very thought of you, my love
sábado, 23 de maio de 2009
Janelas abertas
Não sei por onde entraste pois tens a chave da porta azul. Só sei que suavemente te aproximaste, levantaste o lençol que me cobria, te despiste e te abraçaste a mim.
Estremunhado, acordei com o teu cheiro, com o teu toque ao de leve e sorri. Beijando-me disseste, adoro o calor do teu corpo, estás sempre tão quetinho...
Sem uma palavra, fizémos amor, no silêncio, com as ondas ao fundo, na cama que range sempre num lamento contínuo ao qual somos indiferentes. Quando nos amamos, quando os nossos corpos se fundem ao ritmo de um tango quente, ao sabor do suor que gota a gota se desprende de cada poro, nada à nossa volta existe.
A casa na praia que construí para nós é um barco nas vagas ao sabor do prazer.
Quando, em plena excitação, corados, ofegantes, trémulos do esforço e do sentimento, atingimos em simultâneano, como acontece invariavelmente, o orgasmo, os sorrisos desprendem-se e naquela pausa que ambos fazemos, de corpos rígidos e gotas de suor a pingar no rosto, a perfeição aproxima-se de nós, o eterno parece possível e sei que sinto e que sou teu.
A brisa está mais forte.
A madrugada anuncia-se e só ela sabe como o meu sorriso se rasga por ti, noite após noite, dia após dia...
Devaneio
sinto o medo ao longe e a saudade que me aperta.
Num abraço de ferro os dias passam devagar
como os carros ao Domingo.
Os anjos não cantam quando se chora.
E a chuva já não molha quem passa.
Sou um sem abrigo do toque,
mendigo uma carícia ao desconhecido
e a indiferença magoa-me como um não permanente.
Abraço
Sinto a vontade do abraço. Não um, mas O abraço. Aquele em que os meus braços procuram as tuas costas e as minhas mãos desbravam caminho, subindo até aos teus ombros. O abraço que te arrepia. O abraço que me faz sentir em casa, estranhamente em casa...
O abraço que eu quero, neste fim de semana de saudades, está longe e eu imagino-o, chamo-o e ele não vem.
O abraço longínquo chega-me num sorriso, não concreto mas imaginado, resposta ao meu, que renasce vezes e vezes sem conta nos meus lábios, sempre que penso em ti.
Nesta tarde distante, abraças-me?
Poema anónimo
"Olá.
Podes entrar, está triste e magoado,
tem ideias espalhadas pelo chão
e as paredes salpicadas de sentimento...
mas podes entrar.
Compreendo que não seja confortável,
mas é assim que ele está...
pelo menos para já.
Não te peço pequena fada, que o arrumes,
que o ponhas a teu jeito,
que encaixes os sentimentos nas prateleiras
e organizes as emoções que estão espalhadas por todo o lado,
peço-te sim, pequena fada,
que me faças companhia enquanto eu o arrumo,
o ponho como novo,
para aí,
poderes, com a tua varinha mágica,
pô-lo ao teu jeito.
Que te sintas confortável e que eu me sinta em casa sempre que entro
neste velho e cansado coração.
Ah,
já quase me esquecia....
quando assim o tivermos, ao nosso jeito, não perfeito,
mas perfeito para nós,
que vivas nele comigo para sempre.
Obrigado, pequena fada!"
Anónimo
quinta-feira, 21 de maio de 2009
At last
Só me saem suspiros do peito...
At last, my love has come along
My lonely days are over
And life is like a song
Oh, yeah, at last
The skies above are blue
My heart was wrapped up in clovers
The night I looked at you
I found a dream that I could speak to
A dream that I can call my own
I found a thrill to rest my cheek to
A thrill that I have never known
Oh, yeah when you smile, you smile
Oh, and then the spell was cast
And here we are in heaven
For you are mine
At last
Que vontade de dançar.... que vontade....
Dúvida
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Pensamento
"Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu."
Roger Martin du Gard
terça-feira, 19 de maio de 2009
Casta Diva...
Casta Diva, che inargenti O pure Goddess, who silver
queste sacre antiche piante, These sacred ancient plants,
a noi volgi il bel sembiante Turn thy beautiful semblance on us
senza nube e senza vel... Unclouded and unveiled...
Tempra, o Diva, Temper, o Goddess,
tempra tu de’ cori ardenti The brave zeal
tempra ancora lo zelo audace, Of the ardent spirits,
spargi in terra quella pace Scatter on the earth the peace
che regnar tu fai nel ciel... Thou make reign in the sky...
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Um dedal de saudade
A madeira range inesperadamente, reagindo ao abraço do vento e, sorrindo, digo-lhe olá...
Sim, falo com a madeira no silêncio, completamente nu, sentindo-a tocar o meu corpo todo. Uno-me com ela porque sinto que somos parte da mesma forma de ser. Ela madeira, eu Terra.
A madeira exótica com que decorei a casa, não fala como as madeiras das outras casas. Fala em silêncios, em respostas ao vento que a faz tremer, fala em olhares. Sinto-me olhado nesta casa que criei, sinto-me envolvido por ela.
Pego o manto com que antes me cobria de certezas e tento remendá-lo. Acaricio-o com as mãos, num gesto de agradecimento por me ter protegido tantas vezes da nudez que é amar e analiso os buracos, um a um, feridas de uma batalha perdida.
A janela deixa entrar os últimos raios de sol do dia em que perdi o meu medo, do dia em que o meu manto não foi forte o suficiente para me esconder do que temia sentir. Já passou, penso, e agora?
Agora, nada será como dantes.
A madeira fez a casa que está a mudar a minha vida, eu construí-a com as minhas mãos.
O mar não é mais um eterno desconhecido. Tem cheiro, voz e olhar. Despede-se de manhã, recebe-me à noite.
Não tenho mais necessidade de mantos nem solidões sem fim. Tenho necessidade de me entregar e coser nas linhas que escrevo a minha história. Tenho a vontade de não mais perder os comboios que nas suas linhas passaram por mim.
Tenho comigo as linhas do caderno onde me vou escrever, com um dedal de esperança para me proteger das noites frias da distância.
Hoje, deitado na madeira, sem roupas, sem medos, tenho para mim a certeza que o hoje é apenas um prelúdio do amanhã.
A ti, minha luz...
domingo, 17 de maio de 2009
No teu silêncio
há o grito que não se conforma,
a dor que espreita,
a vida escondida num olhar de criança.
No teu silêncio
há o cálice eterno
e o fogo desperto,
a tortura de não te ter,
o gesto sofrido
de quem teme perder.
No teu silêncio
há o nocturno luar,
a sombra escondida no transparente olhar.
No teu silêncio
há a sinfonia do imenso,
a valsa esquecida no tormento,
os braço que anseiam o corpo,
os lábios que sussurram o toque.
No teu silêncio
há o vento que não quero esperar,
a hora que não parte
nem faz ficar,
os corvos da despedida e do adeus.
No teu silêncio
há um futuro
um sorriso,
um mistério.
Desfraldo a vela do barco
com que atravesso o teu silêncio
e, deitado sob o salgueiro,
ouvindo os pássaros a chilrear e o cheiro a campo,
faço-me ao mar,
agarrado aos sonhos, ao luar,
solto amarras e sigo até ti.
Deixas-me atracar em teu porto?
sábado, 16 de maio de 2009
Música
Poema
no mar sulcam o tempo.
As miragens que longe se confundem,
como as linhas que cosem momentos
as saudades que despertam
o amanhã
os sentimentos.
As vidas que, de mão dada,
se revelam ao amanhecer,
preenchem o céu de tons,
a pauta de sons,
e riscam os céus em vôos picados.
A paisagem que em ti encontro,
ao abrir a janela sobre o mar,
tem mais que a minha vista alcança,
tem vida, tem esperança,
tem o meu refúgio, tem o teu olhar.
Brisa da manhã
Há uma solidão latente a estes dias soalheiros em que chove dentro de mim.
A saudade carregada na brisa fica quando ele parte, e faz-me companhia. Ela sim fala comigo. Fala-me do que já passou. Fala-me de outra realidade, que não a minha, de outro lugar que não esta praia de casa plantada sobre a areia.
Etéreo como sou quase me esquecia das margaridas. Plantei-as a semana passada e precisam de ser regadas. Precisam de carinho, precisam de amor. As flores são como as pessoas, como as relações, têm que ser alimentadas e ser-lhes dada atenção senão sucubem à primeira brisa mais forte.
Hoje, não queria regá-las sozinho. Não queria esta solidão. Não queria esta multidão que invade o areal e ainda me faz sentir mais só. Talvez vá comer um gelado, ou uma bola de berlim, ou até beber algo fresco à beirinha, na rebentação. Talvez olhe para trás e te veja, ou talvez a porta da casa, azul marinho, esteja como sempre está, só, num tom cada vez mais azul solidão.
Grita, Sente....
O tempo vai, o tempo vem
Como a verdade e o mar
O mundo dá o que o mundo tem
A liberdade e o luar
E o brilhar
O céu não nasce azul, não
E um pássaro voou
Deixem que esta mão se bata por mim
Já não há razão pra que nada seja assim
Não é a dor que é cruel
É o amor que rasga a pele e
Grita, sente, o meu corpo junto ao teu até morrer
Prende, quente, o meu rosto de guerreira e de mulher
Grita, sente, o meu corpo junto ao teu amanhecer
Prende, quente, o meu corpo junto ao teu até morrer
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Ao fim da tarde...
Sento-me no portado e olho o mar. Imenso, calmo, eterno. Imagino a areia um corpo de mulher e as ondas o meu que nela investe, calmamente, sem pressas, sem receios, sentindo cada grão de areia.
Há algo de sensual nesta paisagem que tenho o prazer de ter à minha porta. Há algo de único a cada reflexo de nuvem, sol ou lua no mar. Há algo de especial nos dias desde que vivo aqui.
Sei de cor cada uivo de tempestade na noite escura. Não o temo já, é música para mim, assim como o canto de sereia que penso ouvir por vezes, quando me levanto de madrugada para ver o sol nascer.
Encanta-me este sítio, encanta-me quem sou aqui.
Hoje, pela manhã...
Desde que me mudei para a casa que me acompanham todos os dias, todas as noites. Às vezes afasto-me mais um pouco da costa e seguem-me pelo interior, em silêncio, sorrateiras no olhar, apenas denunciadas pelo cortar das asas no vento. Acho que nunca me perdoaram tê-las abandonado. Nunca me perdoaram ter deixado de ser uma delas. Talvez um dia venham a descobrir, venham a perceber, que cá dentro, bem junto da alma, as minhas asas estão encolhidas, prestes a espraiarem-se de novo, elevando-me no céu, entorpecidas, levando-me para bem longe. Um dia voltarei a ser gaivota, até lá elas fazem-me companhia recordando-me de quem sou.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Day one
Começo hoje este blog. Não procuro nada, não espero encontrar nada.
Este é o meu diário. Das alegrias, das frustrações, da poesia, da realidade, do sonho e da esperança. Resumindo, um relato dos dias que passam incólumes à nossa vontade de, muitas vezes, os pararmos.
Afinal de contas, amanhã é sempre outro dia, não é? Como estas ondas que não param de vir e vir e vir...