O céu azul do feriado convida ao sonho.
As ruas estão vazias de barulho, vazias de almas. Só eu e uma pequena brisa ousamos incomodar a quietude de um dia ausente.
Aqui e ali, quais carneirinhos celestes, as nuvens brancas dão colorido e pedem-me um sorriso, que concedo. Sou uma alma bem mandada. Reajo sempre ao que a vida provoca em mim.
O sol imperial não consegue disfarçar uma Lua que no céu se esconde à transparência, na sua fase mais admirável. Aquela em que desperta os desejos e faz nascer crianças e amor pelo mundo fora. Sim, a lua está cheia, e nem a claridade invulgar de um dia de Outono a faz desaparecer.
De uma ou outra pastelaria, em que alguém ousou desafiar a preguiça, vem o cheiro de pão e croissants acabados de sair do forno. É um cheiro que quase alimenta, quase se mastiga e nos faz transpôr a porta e procurar satisfazer um ou outro desejo, dando voz ao mais doce dos pecados, a gula.
A sala está quente, não demasiado, o suficiente para me sentir confortável. O cheiro que me despertara o desejo, mistura-se agora com o do café acabado de moer, o da bica acabada de tirar e que, na chávena escaldante, atrai como um bálsamo da vida.
A cafeína acorda meio mundo, faz girar a maioria das sociedades ditas desenvolvidas, e eu, que quero parecer desenvolvido, peço um café e um pastel de nata e sento-me na mesa do canto, onde posso observar as gentes e as nuvens que brincam no céu, formando imagens só perceptíveis aos mais criativos.
A rapariga que me serviu, já a conheço. É a Cristina sem sonhos. Deixou-se perder pelo caminho e quando quis encontra-se, tinha dois filhos e nenhum marido. Acabou por se deixar ficar e ir dando um passo de cada vez.
Triste esta sociedade que estrangula os nosso sonhos.
Abro o Molenskine, destapo a caneta, e começo o meu dia a escrever frases soltas, entre golos de café e pequenas dentadas de pastel de nata.
Na maioria dos meus dias, não me sinto feliz. Não suporto esse estrangulamento a que estou votado e deixo-me dominar por uma tristeza intrínseca, inapelável e sobretudo inexplicável.
A perspectiva faz-me mudar muito o que sinto. Por vezes, basta um pensamento mais alegre para me deixar bem disposto e feliz e a verdade é que hoje, nesta pastelaria da esquina, entre um café e um pastel de nata, penso, o que mais preciso eu?
Sim, hoje estou feliz.
Bom feriado a todas.
As ruas estão vazias de barulho, vazias de almas. Só eu e uma pequena brisa ousamos incomodar a quietude de um dia ausente.
Aqui e ali, quais carneirinhos celestes, as nuvens brancas dão colorido e pedem-me um sorriso, que concedo. Sou uma alma bem mandada. Reajo sempre ao que a vida provoca em mim.
O sol imperial não consegue disfarçar uma Lua que no céu se esconde à transparência, na sua fase mais admirável. Aquela em que desperta os desejos e faz nascer crianças e amor pelo mundo fora. Sim, a lua está cheia, e nem a claridade invulgar de um dia de Outono a faz desaparecer.
De uma ou outra pastelaria, em que alguém ousou desafiar a preguiça, vem o cheiro de pão e croissants acabados de sair do forno. É um cheiro que quase alimenta, quase se mastiga e nos faz transpôr a porta e procurar satisfazer um ou outro desejo, dando voz ao mais doce dos pecados, a gula.
A sala está quente, não demasiado, o suficiente para me sentir confortável. O cheiro que me despertara o desejo, mistura-se agora com o do café acabado de moer, o da bica acabada de tirar e que, na chávena escaldante, atrai como um bálsamo da vida.
A cafeína acorda meio mundo, faz girar a maioria das sociedades ditas desenvolvidas, e eu, que quero parecer desenvolvido, peço um café e um pastel de nata e sento-me na mesa do canto, onde posso observar as gentes e as nuvens que brincam no céu, formando imagens só perceptíveis aos mais criativos.
A rapariga que me serviu, já a conheço. É a Cristina sem sonhos. Deixou-se perder pelo caminho e quando quis encontra-se, tinha dois filhos e nenhum marido. Acabou por se deixar ficar e ir dando um passo de cada vez.
Triste esta sociedade que estrangula os nosso sonhos.
Abro o Molenskine, destapo a caneta, e começo o meu dia a escrever frases soltas, entre golos de café e pequenas dentadas de pastel de nata.
Na maioria dos meus dias, não me sinto feliz. Não suporto esse estrangulamento a que estou votado e deixo-me dominar por uma tristeza intrínseca, inapelável e sobretudo inexplicável.
A perspectiva faz-me mudar muito o que sinto. Por vezes, basta um pensamento mais alegre para me deixar bem disposto e feliz e a verdade é que hoje, nesta pastelaria da esquina, entre um café e um pastel de nata, penso, o que mais preciso eu?
Sim, hoje estou feliz.
Bom feriado a todas.
5 comentários:
E ainda bem :)
sonhador sempre sempre ;)
Amanhecer e ler nas palavras de alguém "Sim, hoje estou feliz" é já um móbil suficientemente forte para sorrir também.
Não tinha ainda espreitado pelas cortinas. Os carneirinhos que saltitam pelo prado celeste desse imperador chegam-me através da janela desta casa. E reajo também.
Não senti ainda a falta do café, residente fiel do meu dia-a-dia. Seja como for, hoje não é um dia como os outros, também esse inquilino do meu quotidiano poderá ter ido passar o feriado a parte incerta…
Penso no ritual matinal da pastelaria… conheço também os rostos que por lá circulam, os aromas que dali emanam… e eles conhecem-me a mim. Já não preciso de dizer nada, basta um bom dia e um sorriso e está tudo dito. Nestes dias, porém, até este ritual assume uma nova vida… porque a seguir não há o de sempre… O café sabe melhor… os aromas inspiram-se com mais prazer…
Acho que vou pegar no Coelhito e seguir com ele até à pastelaria…
Bom dia também para ti! *
Um café e um pastel de nata iuuiuuuu! :)))
Adoro o teu cantinho!
De facto este texto faz-nos sorrir simplesmente!
Um beiinho
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