Ouve a água que cai das telhas,
enquanto me abraças a boca com os teus olhos de veludo.
Ouve quando te sussurro que,
de todos os castelos que visitei em silêncio,
foste o único do qual via a mundo
e o rasto das aves a voarem para o sul.
Na guarita de vigia,
passávamos todo o dia a desenhar poemas na voz
e a cantar canções ao eco,
dedilhando guitarras que só nós víamos.
Depois, depois descíamos,
e chegados à fonte, que nos dava de beber,
sorríamos sem saber,
porque éramos felizes.
Quando a noite chegava,
fazia deslizar o teu vestido,
murmurava-me pelo teu corpo
e silenciava-me nos teus ais.
Ouve-me quando te espero na espera,
e quando o amor é tão certo,
como o vento do deserto
que sereno, muda as dunas de lugar.
6 comentários:
quem me dera, conseguir sentir me assim...
que poema maravilhoso
beijo
Poema lindo.
Deixa-me arrepiada um poema assim.
Sabes que quando leio o poema é como se um filme feito de imagens soltas passasse diante dos meus olhos?
Adorei esta passagem: "de todos os castelos que visitei em silêncio, foste o único do qual via o mundo, e o rasto das aves a voarem para o sul.", adorei mesmo :)
E as duas últimas quadras estão belas, plenas de sentimento, com uma escrita de cortar a respiração.
Numa palavra: amei.
Beijo imenso
Flor
Gostei muito.
Parabens pela excelente escrita.
Beijo
O ondular destas palavras confunde-se com o fluir das águas... aquelas que ouviram as confissões de quem navega em liberdade pela imensidão dos sentimentos...
Os castelos mais imponentes são sempre os nossos, aqueles que fazem pasmar, porque esses sim trazem vida nas veias das suas fundações... esses sim são o refúgio e o aconchego de quem procura um lar.
Desenham-se palavras de sentimentos nas paredes deste castelo em que murmuras. Tatuagens vivas que contam a cor e a vida do Sentir que trazes em ti...
Fabuloso!
Simples e no entanto tão vivo!
Gostei muito do dístico no inicio do poema.
Senssibilidade na alma...
:)
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