O céu enchia-se de farrapos de azul,
e as noites pareciam morrer cada vez mais cedo,
quando vinhas devagar, em segredo,
rumando até mim, como um pássaro ao sul.
Da tua boca saíam notas de uma balada,
do teu cheiro sorriam cantando cigarras,
quando nos lençóis soltávamos amarras,
e navegávamos incertos pela madrugada.
Enquanto caía a noite e o céu se enchia de estrelas,
no promontório que se debruçava sobre o mar,
pintei um quadro de saudades a aguarela.
Os teus olhos eram a brisa e o voo das gaivotas ao luar,
o meu rosto era a sombra na parede à luz da vela,
o meu medo era era ter de partir, era ter de ficar.
3 comentários:
Gostei muito do "soneto".
:)
Moço,
Que poema lindo!
Tão cheio de uma imensa ternura!
... e o medo, sempre o mesmo medo de nunca sabermos se partir, se ficar...
... é um medo comum a todos!...
Beijo.
Bonito..mt bonito!
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