quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Foto de mar e poema de céu


O céu desceu em pedaços sobre mim,
sob os meus olhos,
e fez-se paraíso quando do teu sorriso
brotaram as primeiras ondas da maré.

O batel desgovernado,
fez-se em teus seios abrigado.

Fiz da areia que levaste no corpo,
o vidro deste copo em que mato a sede,
o sal desta fome que me consome,
a prece desta religião sem fé.

Faço dos dias as noites mais longas,
e das esperas eternidades,
na busca de um pouco mais de agora
na busca de ti, sem fim.

4 comentários:

Carlota Pires Dacosta disse...

Um belo poema com uma belíssima foto.
:)

OutrosEncantos disse...

não está belo, está magnifico, este poema.
beijo

Anna disse...

Navegar pelo azul do mar ou do céu... por vezes a linha do horizonte que os separa é tão ténue que julgamos ser um só...
Levar connosco o sabor e o som da água salgada é também deixar um pouco de nós à beira-mar, à beira-céu...
Talhar a nossa própria essência, o ecoar da nossa voz, o sabor da nossa pele, a partir dessa dávida quase divina, é qualquer coisa que vai além do humano.

Forjaste o vidro, desenhaste um sorriso, pintaste a noite... O teu poema brotou de algo que te é exterior, mas que te invadiu de forma irremediável...
Lindo!

Um beijo*

Olga disse...

Bonito!@