Percorro apressadamente as ruas da cidade desconhecida, sem rumo, sem destino.
Não sei andar devagar.
Cruzo-me com rostos desconhecidos, pensativos, atribulados. As diferentes etnias animam os sons e as cores de um dia carregado de vento frio e nuvens escuras. As águas do molhe, convidam a uma contemplação a que sucumbo com prazer.
Os pensamentos varrem-me a alma e, como riscos de avião num céu azul, desaparecem, pouco após terem prometido ser intermináveis. O que penso agora, em pouco tempo esqueço e, saltito assim de angústia em angústia, de sorriso em sorriso, sem me aperceber da chuva que se aproxima.
Junto ao banco onde estou sentado, as cadeiras empilhadas de uma esplanada de Verão, dão um quê de desolador ao jardim. A letargia do Inverno faz com que vivamos em estado vegetativo, em modo de espera por um Verão que tarda.
O vento, agora mais forte, começa a arrancar as primeiras gotas de chuva às nuvens ameaçadoras. Numa qualquer terra alta, estará a nevar, penso para mim.
Entro no primeiro café que encontro e peço uma bica e o jornal. Sento-me à janela, vendo os carros que passam, as pessoas que correm e as gaivotas que sobrevoam um barco parado.
As horas demoram a passar mas, em breve, terei que voltar a calcorrear estas ruas que me são estranhas e enfrentar o imprevisto.
Penso na minha cama e em como será bom mergulhar nela dentro de umas horas.
No jornal há mais notícias de assaltos, acidentes, crimes passionais. Nada que me interesse. Olho o horóscopo, que me diz a treta do costume. Não percebo esta mania. Vejo a fase da lua. Cheia, é altura de pedir desejos que nunca se concretizam. E se se concretizassem? Dar-lhes-íamos o devido valor?
Fecho os olhos e imagino-me num sítio sem o tilintar das chávenas a serem colocadas sobre a máquina, sem o barulho do moinho a moer o café, sem as vozes estridentes dos grupos de mulheres, ou as interjeições típicas dos homens de beira-mar.
Fecho os olhos e adormeço as minhas angústias.
Levanto-me, pago e saio para a rua.
Já não chove. Agora só o frio me acompanha.
Sigo os passeios apertados e percorro as ruas de mais um dia, que em breve terminará.
Não sei andar devagar.
Cruzo-me com rostos desconhecidos, pensativos, atribulados. As diferentes etnias animam os sons e as cores de um dia carregado de vento frio e nuvens escuras. As águas do molhe, convidam a uma contemplação a que sucumbo com prazer.
Os pensamentos varrem-me a alma e, como riscos de avião num céu azul, desaparecem, pouco após terem prometido ser intermináveis. O que penso agora, em pouco tempo esqueço e, saltito assim de angústia em angústia, de sorriso em sorriso, sem me aperceber da chuva que se aproxima.
Junto ao banco onde estou sentado, as cadeiras empilhadas de uma esplanada de Verão, dão um quê de desolador ao jardim. A letargia do Inverno faz com que vivamos em estado vegetativo, em modo de espera por um Verão que tarda.
O vento, agora mais forte, começa a arrancar as primeiras gotas de chuva às nuvens ameaçadoras. Numa qualquer terra alta, estará a nevar, penso para mim.
Entro no primeiro café que encontro e peço uma bica e o jornal. Sento-me à janela, vendo os carros que passam, as pessoas que correm e as gaivotas que sobrevoam um barco parado.
As horas demoram a passar mas, em breve, terei que voltar a calcorrear estas ruas que me são estranhas e enfrentar o imprevisto.
Penso na minha cama e em como será bom mergulhar nela dentro de umas horas.
No jornal há mais notícias de assaltos, acidentes, crimes passionais. Nada que me interesse. Olho o horóscopo, que me diz a treta do costume. Não percebo esta mania. Vejo a fase da lua. Cheia, é altura de pedir desejos que nunca se concretizam. E se se concretizassem? Dar-lhes-íamos o devido valor?
Fecho os olhos e imagino-me num sítio sem o tilintar das chávenas a serem colocadas sobre a máquina, sem o barulho do moinho a moer o café, sem as vozes estridentes dos grupos de mulheres, ou as interjeições típicas dos homens de beira-mar.
Fecho os olhos e adormeço as minhas angústias.
Levanto-me, pago e saio para a rua.
Já não chove. Agora só o frio me acompanha.
Sigo os passeios apertados e percorro as ruas de mais um dia, que em breve terminará.
4 comentários:
Um dia como tantos outros...
Consegues sempre deliciar-me com os teus textos, meu amor.
Mesmo que seja uma simples descrição de um pedaço do teu dia.
Tens um registo quase fotográfico. Pontuas as frases com imagens, com pinceladas de cor, com cheiros e sons. E eu adoro tudo o que escreves e descreves.
Amo-te.
Beijo imenso
da tua Flor
Já um amigo meu diz e muito bem: quando não os podes vencer, confunde-os. Digo-te para fazeres o mesmo a essas angústias que passeiam no teu dia. Vê nelas a poesia que nos trazes.
E a vida jamais poderá ser vivida só de poesia, é preciso pão e glória. Confunde-as sem as adormecer, que elas te façam levantar cada dia dessa cama que anseias com a vontade de mudança. Tê-la será mais um passo dado, à frente do não a ter.
Eu sei que a tua poesia pode mudar e ser uma ode maior. Acredita nisso também pois jamais será justo que uma rotina mal amada consiga amputar um sorriso.
Beijinho sorridente e (muito) tagarela hehe
Ensinaste-me uma coisa muito importante: Toda a gente nos tem algo de novo para nos ensinar.
:) gosto de te ler.
tenho um novo blog, na mesma conta, da uma espreitadela.
um beijo,
mar
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