Peguei numa folha branca.
Dobrei ao meio e voltei a dobrar
mas desta vez, só para vincar.
Das pontas puxei para o meio,
criando dois triângulos perfeitos.
Puxei as abas e fiz um chapéu,
mas ao abrir, a forma perdeu.
Tinha agora um quadrado suspeito e,
não satisfeito, voltei a dobrar.
O último triângulo, agora sem par,
abriu as asas e pôs-se a voar.
Na volta final,
criei o que queria,
um barco sem vela mas com muita magia.
Não era chapéu,
não era avião,
era o transporte para o teu coração.
De uma folha vazia,
sem rumos, sem metas,
saltitei nas estrelas, persegui cometas,
peguei no meu barco e velejei para ti.