Existia
na janela do meu olhar
uma folha rodopiando ao vento.
Por ser Outono talvez,
ou apenas pela saudade desabrochar
em mim.
Deitou-se no parapeito húmido da chuva da noite anterior,
espreguiçou-se e deixou-se ficar,
da mesma forma com que tu me acordavas a meio da noite
sorrateira.
Deixei-a ficar como te deixei ficar a ti
à distância de um olhar,
de um desejo
de um querer mais incontrolável
de uma irresponsável lúxuria.
Errei
abri a janela e era tarde demais.
Pedra e folha era uma só e desde aí
vive no meu olhar,
à porta da minha alma,
dentro de tudo o que existe em meu redor.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
domingo, 30 de setembro de 2012
Nua
e ter-te inteira como a Lua.
Aconchegar o teu peito na minha pele
e partir...
Queria ouvir o bater do teu coração
junto ao meu
E que ele batesse mais forte por ser eu
o clarear do teu dia.
Queria-te nua,
sob as minhas mãos,
e rebentar a tempestade a cada beijo demorado,
ser relâmpago e trovão
e perder a consciência do mundo ao teu lado.
Queria os teus olhos cerrados,
esborratados de castanho sombreado.
Queria que a noite fugisse para longe,
e derramar-me contigo ao longo de um dia
eterno
na serenidade tempestuosa de uma sinfonia
cantada
gemida
a dois.
Queria... o bater das ondas,
o reflexo do luar
no mar
na vida.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
No meu peito nasce um rio
A lua hoje está meia
e do céu maquilhado de nuvens
a chuva cai.
Quando o teu olhar descansa no meu,
todo o mundo dança.
Os meus braços que imaginariamente se estendem para ti,
têm a efemeridade de uma estrela a rasgar o céu,
vinda de não sei de onde,
destinada a algo irreal.
Dentro do meu peito nasce um rio,
nas margens floresces tu indiferente ao seu correr,
placidamente a contemplar,
como se tudo fosse eterno,
e não houvesse verão que o pudesse secar.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Intervalos
Em perfeita simetria,
entre bandos de pássaros
e alegria.
Entre nuvens carregadas de chuva,
e tempestades de areia
Entre monocromáticas calçadas
e as lutas entre espadas
e paredes.
Entre as sedes, e as meias verdades,
de véu a cobrir o rosto.
Entre os intervalos de tempo
e o momento em que te toco.
Entre o azar e o sorriso,
deslizo
de dia e de noite,
ao sabor do vento da tempestade
colhido num figueiral de memórias
em que cada estória era fruto maduro acabado de colher.
E se eu pudesse escolher,
Seria maduro ou apenas mais seguro?
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Encanto da monotonia
Escrevo poemas na estrada
e deito folhas ao vento como um outono rebelde.
Sonho pedaços de nada
que se encavalitam no tempo
e me dão de beber na sede.
Tenho a poesia dos dias,
os gritos surdos de quem sua de sol a sol.
Tenho o encanto da monotonia
e sou o peixe que anseia libertar-se desse anzol.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Metáforas
Hoje acordei mais poeta que de costume.
O céu era uma metáfora de flocos de algodão
imersos num azul penetrante.
Estrada fora,
a visão das árvores queima-me como lume,
de tão repetitivo, constante e repetitivo cenário matutino.
Ao longe, quase imperceptível,
a transparente lua soa como uma voz rouca
a entoar uma despedida da noite perdida.
É a minha companheira,
porque à noite sou rei do mundo!
Cruzo os céus e rodo as asas,
vou ao infinito e ao fundo mas ao acordar restam-me apenas as metáforas...
Ah vida, triste vida,
que nem me deixa cheirar as estrelas,
mesmo estando tão perto,mas tão perto delas.
O céu era uma metáfora de flocos de algodão
imersos num azul penetrante.
Estrada fora,
a visão das árvores queima-me como lume,
de tão repetitivo, constante e repetitivo cenário matutino.
Ao longe, quase imperceptível,
a transparente lua soa como uma voz rouca
a entoar uma despedida da noite perdida.
É a minha companheira,
porque à noite sou rei do mundo!
Cruzo os céus e rodo as asas,
vou ao infinito e ao fundo mas ao acordar restam-me apenas as metáforas...
Ah vida, triste vida,
que nem me deixa cheirar as estrelas,
mesmo estando tão perto,mas tão perto delas.
sábado, 7 de julho de 2012
A dramaturgia dos pinheiros
O vento embala.
Olhos que se deixam levar
na dança de verde e azul,
no sussurrar entre o norte e o sul.
O dourado da areia
beijado pelo mar finito,
é esquecido pelo sonho,
que tem asas de anjo noturno, sorrateiro.
Nas colinas despe-se o luar
em noites ofuscadas pelo gemer das ondas,
e neste embaraço de dunas, céu, brisas e cheiros,
tudo termina no canto de uma cotovia
que embala os pinheiros na sua dramaturgia.
Olhos que se deixam levar
na dança de verde e azul,
no sussurrar entre o norte e o sul.
O dourado da areia
beijado pelo mar finito,
é esquecido pelo sonho,
que tem asas de anjo noturno, sorrateiro.
Nas colinas despe-se o luar
em noites ofuscadas pelo gemer das ondas,
e neste embaraço de dunas, céu, brisas e cheiros,
tudo termina no canto de uma cotovia
que embala os pinheiros na sua dramaturgia.
domingo, 6 de maio de 2012
A caminho de casa
A caminho de casa,
entre o espaço da partida e da chegada,
há um prado verde e uma lua cheia,
um vento que espelha a vastidão
do imenso mar.
Entre uma margem e a outra
há o rio que corre invisível,
como o amor, a saudade ou o teu olhar.
Das raízes ao fruto
há vida.
Da tinta à tela
há sonho.
Das minhas mãos ao teu corpo
há esperança.
E na chegada há a felicidade de uma noite de Verão
que tarda mas sempre se alcança.
entre o espaço da partida e da chegada,
há um prado verde e uma lua cheia,
um vento que espelha a vastidão
do imenso mar.
Entre uma margem e a outra
há o rio que corre invisível,
como o amor, a saudade ou o teu olhar.
Das raízes ao fruto
há vida.
Da tinta à tela
há sonho.
Das minhas mãos ao teu corpo
há esperança.
E na chegada há a felicidade de uma noite de Verão
que tarda mas sempre se alcança.
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