quinta-feira, 19 de julho de 2012
Encanto da monotonia
Escrevo poemas na estrada
e deito folhas ao vento como um outono rebelde.
Sonho pedaços de nada
que se encavalitam no tempo
e me dão de beber na sede.
Tenho a poesia dos dias,
os gritos surdos de quem sua de sol a sol.
Tenho o encanto da monotonia
e sou o peixe que anseia libertar-se desse anzol.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Metáforas
Hoje acordei mais poeta que de costume.
O céu era uma metáfora de flocos de algodão
imersos num azul penetrante.
Estrada fora,
a visão das árvores queima-me como lume,
de tão repetitivo, constante e repetitivo cenário matutino.
Ao longe, quase imperceptível,
a transparente lua soa como uma voz rouca
a entoar uma despedida da noite perdida.
É a minha companheira,
porque à noite sou rei do mundo!
Cruzo os céus e rodo as asas,
vou ao infinito e ao fundo mas ao acordar restam-me apenas as metáforas...
Ah vida, triste vida,
que nem me deixa cheirar as estrelas,
mesmo estando tão perto,mas tão perto delas.
O céu era uma metáfora de flocos de algodão
imersos num azul penetrante.
Estrada fora,
a visão das árvores queima-me como lume,
de tão repetitivo, constante e repetitivo cenário matutino.
Ao longe, quase imperceptível,
a transparente lua soa como uma voz rouca
a entoar uma despedida da noite perdida.
É a minha companheira,
porque à noite sou rei do mundo!
Cruzo os céus e rodo as asas,
vou ao infinito e ao fundo mas ao acordar restam-me apenas as metáforas...
Ah vida, triste vida,
que nem me deixa cheirar as estrelas,
mesmo estando tão perto,mas tão perto delas.
sábado, 7 de julho de 2012
A dramaturgia dos pinheiros
O vento embala.
Olhos que se deixam levar
na dança de verde e azul,
no sussurrar entre o norte e o sul.
O dourado da areia
beijado pelo mar finito,
é esquecido pelo sonho,
que tem asas de anjo noturno, sorrateiro.
Nas colinas despe-se o luar
em noites ofuscadas pelo gemer das ondas,
e neste embaraço de dunas, céu, brisas e cheiros,
tudo termina no canto de uma cotovia
que embala os pinheiros na sua dramaturgia.
Olhos que se deixam levar
na dança de verde e azul,
no sussurrar entre o norte e o sul.
O dourado da areia
beijado pelo mar finito,
é esquecido pelo sonho,
que tem asas de anjo noturno, sorrateiro.
Nas colinas despe-se o luar
em noites ofuscadas pelo gemer das ondas,
e neste embaraço de dunas, céu, brisas e cheiros,
tudo termina no canto de uma cotovia
que embala os pinheiros na sua dramaturgia.
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