segunda-feira, 20 de junho de 2011
Os meus pés
Os meus pés,
gritam num submerso silêncio,
e são vida sem história,
estrofe sem verso,
são o texto desalinhado na areia da praia.
São as paredes, são muralhas,
onde a chuva bate e escorre, sem deixar nada.
Os meus pés não sabem por onde vão,
nem para onde me levam.
Não nadam nem correm,
não ficam nem partem,
são o inconstante nascer da aurora,
perdidos no tempo,
sem horas.
Quem me dera ter do vento a liberdade,
e correr o mundo na ponta dos dedos,
quem me dera ser um pouco mais verdade
e aprender a verter, a pouco e pouco, os meus medos.
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3 comentários:
Por vezes são os nossos pés que nos levam, sem pensamentos, sem ideias...simplesmente nos levam!
Para onde?
Meninamigo
Um poema carregado de intenções, de afirmações, mas também de veredas a caminho de labirintos. Gostei.
Gostei, sobretudo, da conjugação do verso livre das primeiras estrofes com a rima da quadra final.
E os pés são a base de tudo o que cada um de nós é. Há que tê-los bem plantados, mesmo no mar. Que eu saiba só Mercúrio tinha asas nos pés...
Quando te encontrar na minha Travessa, espero que ela se torne também tua.
Abç
PS - A Carlota é bué da fixe; e dá sangue...
Profundo este poema.
Por mais que sejam os nossos pés que nos possam levar para longe, são através deles que ficamos presos a lugares, pessoas, sentimentos.
Já tinha saudades de te ler.
PS: Caro Henrique a Carlota não dá sangue, falta o peso, eheheheh; Mas sou fixe, muito fixe, eheheh.
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