sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Fresta
A porta do meu quarto entreaberta,
cria uma fresta,
por onde a luz invade e me abraça o corpo dormente
sempre que me deito a jogar horas à parede.
Nas almofadas amarrotadas,
neste azul amarfanhado de lençóis solitários,
escondem-se as memórias
e as saudades,
de quando a luz que me abraçava
não vinha do corredor,
mas sim do candeeiro que acendias,
quando te querias perder no meu olhar ensonado.
Então, tapava o rosto com o lençol,
fechava os olhos, e dizia que te amava,
à espera que não me ouvisses.
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4 comentários:
Poema lindo... Lindo mesmo.
Palavras que escondem sentimentos, imagens evocadas por cada frase...imagens belas.
E muito, muito bem escrito.
Gostei tanto da expressão "sempre que me deito a jogar horas à parede"...
Achei sentidos, de uma beleza imensa, de um amor de verdade, os três últimos versos. É neles que "tudo" está "escrito".
Lindissimo poema.
Concordo.Os três últimos versos são a chave do poema.
Gostei muito.
:)
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