Meu peito é como as ondas do mar,
como um vale escondido repleto de verde,
ou uma fonte esquecida que morre de sede.
Meu peito é um silêncio a borbulhar.
Meus braços são dois troncos despidos,
dois campos ondulantes de trigo dourado.
São uma guitarra que geme sem fado,
dois tesouros em busca de quem os ache perdidos.
Ao longe um veleiro cruza o horizonte.
Na ilha em que habito não há sombra,
apenas um castelo de areia com o mar defronte.
No teu peito navego, no teu peito me encontro,
mas nesta alma despida que o vazio assombra,
há uma rosa vermelha, onde vivo, onde me escondo.
4 comentários:
Muito gratificante ler-te neste registo, também.
L.B.
Magnifico soneto!
Simplesmente, Adorei.
Beijo
"Na ilha em que habito não há sombra"...
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