domingo, 23 de junho de 2013

Alentejo


O Alentejo
é lento,
tem alento
e tem o rio Tejo
eterno
como o desejo.

Tem o além
e as searas douradas
e o A que é o início de algo
e metade do nada.

Tem o al,
do dialeto que sabe a deserto
e as terras lavradas sob o sol do inferno
ou o prolongado inverno.

O Alentejo tem o povo que canta
sem outra música se não a que lhe soa na alma
e que assobia no vento
a tarde quente
na tempestade calma.

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