sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Existe

Existia
na janela do meu olhar
uma folha rodopiando ao vento.
Por ser Outono talvez,
ou apenas pela saudade desabrochar
em mim.
Deitou-se no parapeito húmido da chuva da noite anterior,
espreguiçou-se e deixou-se ficar,
da mesma forma com que tu me acordavas a meio da noite
sorrateira.
Deixei-a ficar como te deixei ficar a ti
à distância de um olhar,
de um desejo
de um querer mais incontrolável
de uma irresponsável lúxuria.
Errei
abri a janela e era tarde demais.
Pedra e folha era uma só e desde aí
vive no meu olhar,
à porta da minha alma,
dentro de tudo o que existe em meu redor.